Dia 6755 de viagem, Lisboa.
O mar anda calmo, a viagem decorre sem destino, mas prosseguindo caminhos improvisados.
No entanto, há brisas que vêm dos outros barcos, com mensagens difíceis de descodificar, provavelmente algumas palavras perderam-se na distância ou nas noites silenciosas. A cada palavra que chega parece que os barcos se aproximam, no entanto a distancia é constante e os meus pequenos braços não chegam para conseguir abraçar os marinheiros do outro barco… Um dia irei inventar o teletransporte, quando esse dia chegar irei abraçar todos os marinheiros que anda pelo mundo.
A minha sorte é que as saudades não pagam impostos, se não eu andava por ai toda carimbada.
Neste últimos tempos tenho navegado num novo mar, num mar que antes era apenas uma rápida passagem e agora faz parte dos caminhos que exploro, e de tanta novidade e de tantos pontos desconhecidos, a viagem prolonga-se por rios mais estreitos. Por vezes insegura do sentido tomado e da direcção do leme, o percurso continua com quem está a bordo e quem anda a naufragar.
O mar não espera pelo meu escrever, por isso me despeço para o caminho prosseguir.
Abraços Marinheiros,
Catarina
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