terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dia 6762 de viagem, penso que em Lisboa.

Dia 6762 de viagem, penso que em Lisboa.

Voltei a não escrever, mas desta vez porque durante a viagem tive a sensação de não existir, de estar num lugar sem estar, parecia que não estava a viver, nem era nada. Sensação estranha que continuo sem perceber, era como se vivesse num outro mundo paralelo mas estivesse neste, ou talvez vivesse neste e estivesse num outro, um estado de dormência silenciosa, como se tudo aquilo que eu tocava ou me tocava fosse insuflável, ou como se os meus membros tivessem perdido o limite e se fossem desvanecendo na atmosfera de uma forma pouco definida. 
Não encontro motivos para este estado, estado de ser e não ser… mas na verdade, ainda sinto subtilmente a sua presença em mim.
À parte disto a viagem prolonga-se pela naturalidade e estranheza de mar desconhecido, mas por enquanto sem qualquer turbulência ou tempestade, apenas pequenas confusões por serem mares nunca antes navegados.
Um abraço confuso mas feliz de vossa marinheira,

Catarina 

2 comentários:

  1. Não sei porquê esta tua entrada lembrou-me o Bernardo Soares: "deus é o existirmos e isto não ser tudo". boa viagem.

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    1. Por alguma razão eu me identifico bastante com Bernardo Soares e Fernando Pessoa...

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