Dia 6943 de viagem. sem ar.
Marinheiros,
Estou sem ar, estou sem ar para respirar! O ar extinguiu-se ou talvez seja apenas eu a não o conseguir respirar, tento come-lo, num longo gesticular do maxilar, como quem tenta dar um dentada numa sandes gigante. Mas é em vão, continuo sem ar. Não há ar. Como posso navegar? Sem ar? Apreço os remos como quem corre À procura do ar. Mas quanto mais corro, mais ar preciso e menos existe. Se algum souber a receita do ar, que a envie pelas ondas do mar. enquanto eu tento sobreviver sem ar às ondas que atormentam os meus marinheiros.
As ondas andam atribuladas e barulhentas, porém de longe só se ouve o frio silêncio, e a verdade é que preciso da textura do silêncio, mas os sussurros distantes são necessários para a força dos tripulantes.
Abraços marinheiros!
P.S.: Não eu não sou comandante, sou a marinheira mais frágil e fraca do meu próprio barco.
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