Dia 6846, mar/barco, lugar indefinido.
Passo o tempo com saudade de um barco, mas quando passo por ele, parece que nunca está igual. Ou simplesmente eu não estou igual e já não tenho o mesmo espaço nesse barco. Como se na verdade, quando volto, não chegasse a entrar, fica-se apenas a observar de mais perto.Como se houvesse algo a separar-me dos marinheiros, como se tudo aquilo fosse estranho para mim. E vivi eu na ilusão de ter dois barcos, onde teria o meu espaço onde me sentiria em casa, e na verdade não tenho nenhum deles. Apenas os observo, mas já não vivo em nenhum, já não sei se posso chamar casa a algum. Fico como que paralisada, transparente, perdida.
Saio sempre de um barco ansiosa por chegar a outro, mas cada vez esse outro me é menos familiar, e não sei o que mudou, não sei o que mudar, agora, se calhar fui apenas eu.
Caminho para um espaço indefinido onde possa viver, ou pelo menos tentar viver. Tudo é indefinido aqui, agora. E tanto me sinto em casa, como os meus como sinto que já não são meus. Já não faço parte daqui.
Cumprimentos Marinhos!
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